O Que Fazemos

As ações centrais do CBC são executadas em torno de três eixos centrais. Nacionalmente, nosso Centro é focado na coordenação da avaliação do risco de extinção da fauna brasileira e na orientação para o controle e erradição de espécies exóticas e invasoras; reginalmente, as atividades do CBC são direcionadas à produção de conhecimento técnico e científico para apoiar ações de conservação e uso sustentável no Bioma Cerrado, dentre as quais destacam-se o desenvolvimento do monitoramento in situ da biodiversidade em ambientes savânicos e a restauração e recuperação de ambientes degradados, ambas direcionadas às unidades de conservação federais.

O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade é o responsável pelo processo de Avaliação do Estado de Conservação das Espécies da Fauna Brasileira cujos resultados subsidiam o Ministério do Meio Ambiente na publicação das Listas Nacionais Oficiais de Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção.

O processo consiste em um diagnóstico do risco de extinção das espécies, identificando e localizando as principais ameaças, as áreas importantes para a manutenção das espécies e a compatibilidade com atividades antrópicas. O estado de conservação de todas as espécies de vertebrados e seletivamente de alguns invertebrados que ocorrem em território nacional é avaliado pelo método de critérios e categorias da União Internacional para Conservação da Natureza (UICN) em um processo contínuo e documentado.

No 1º Ciclo de Avaliação (2009-2014), foram avaliados 12.254 táxons (8.922 vertebrados e 3.332 invertebrados), representando o maior esforço mundial de avaliação de risco de extinção de fauna, que contou com cerca de 1.270 especialistas provenientes de mais 250 instituições da comunidade científica brasileira e internacional. Pela primeira vez, o Brasil tem um diagnóstico completo do risco de extinção dos vertebrados, o que permitirá o acompanhamento do estado de conservação destas espécies.

Resultado 1 ciclo grupo taxonômico

Como resultado, 1.182 táxons foram reconhecidos como ameaçados de extinção (nove deles ainda em processo de descrição e, por isso, não foram oficialmente reconhecidos nas Listas Oficiais). São 111 mamíferos, 236 aves, 85 répteis, 41 anfíbios, 410 peixes (312 continentais e 98 marinhos), 299 invertebrados, conforme ilustrado abaixo.

 

 

Entre as espécies reconhecidas como ameaçadas, há diferentes graus no risco de extinção de cada uma. Entenda quais são as categorias de enquadramento quando essa avaliação é feita clicando aqui.

 

Resultado 1 ciclo categoria

No total, são 454 espécies Vulneráveis (VU), 408 Em Perigo (EN), 319 Criticamente em Perigo (CR) e uma Extinta na Natureza (EW), além de oito Extintas (EX) e duas Regionalmente Extintas (RE). Além disso, foram categorizadas 314 espécies Quase Ameaçadas (NT), 8.851 Menos Preocupante (LC), 1.671 com Dados Insuficientes (DD), e 226 Não Aplicável (NA).

 

 

 

 

 

Assim, está em curso o 2° ciclo de avaliação do risco de extinção das espécies da fauna brasileira, que deve perdurar até o ano de 2020. Neste momento teremos um diagnóstico ainda mais acurado sobre o estado de conservação desses animais.

Espécie exótica é aquela que ocorre fora da sua área de distribuição natural, e é considerada invasora quando sua introdução ou dispersão ameaça a diversidade biológica. Normalmente, estas espécies apresentam vantagem competitiva sobre as nativas, o que permite sua rápida proliferação e expansão. Os impactos das espécies exóticas invasoras podem ocorrer em diversos níveis, seja alterando a composição e a estrutura da comunidade, excluindo espécies nativas ou modificando processos ecológicos. Portanto, a presença destas espécies ameaça a biodiversidade nativa e os ambientes naturais das unidades de conservação (UC) federais

De forma geral, o CBC atua como referência técnica para discussões relacionadas ao manejo de espécies exóticas invasoras em UC federais.

O Centro apoia as ações para organização e disseminação de dados, informações e conhecimentos para contribuir com a gestão de UC federais, especialmente no que se refere a dados e informações sobre ocorrência e impactos de espécies exóticas. Atualmente, já temos registro confirmado de espécies exóticas invasoras de animais e plantas em mais da metade das UC federais, especialmente nas regiões sudeste e centro-oeste. A atualização destes dados de ocorrência destas espécies em UC federais é feita constantemente, através de consulta a planos de manejo, artigos e documentos oficiais, além de contato com os próprios gestores. Tais dados estão disponíveis no Painel Dinâmico de Informações do ICMBio ou clicando aqui.

O CBC também emite orientações para prevenção, controle e erradicação de espécies exóticas invasoras em UC federais. Habitualmente, tais orientações são emitidas em resposta a consultas feitas pelos próprios gestores. Para proporcionar maior agilidade na tomada de decisões dos gestores com respaldo técnico, o CBC coordenou a elaboração do Guia de orientação para o manejo de espécies exóticas invasoras em unidades de conservação federais, e é responsável por sua atualização.

A elaboração e implementação de planos de prevenção, erradicação controle e monitoramento de espécies exóticas invasoras são estratégias efetivas para o manejo destas espécies. De fato, para algumas unidades de conservação federais, a elaboração de planos específicos é prevista no próprio plano de manejo, uma vez que tal temática demanda atenção e esforços específicos. O CBC atua na coordenação e orientação para elaboração destes planos, junto a equipe gestora da própria UC. Nacionalmente, o CBC tem participado da coordenação da elaboração de Planos Nacionais, como representante do ICMBio.

As atividades executadas estão diretamente associadas com a Estratégia Nacional para Espécies Exóticas Invasoras (Resolução CONABIO 07/20178).

Conteúdo em construção.

Conteúdo em construção.

A recuperação de populações de plantas ameaçadas é uma das estratégias importantes para garantir a conservação da biodiversidade.. Porém, a recuperação bem-sucedida de uma espécie de planta na natureza depende principalmente do conhecimento dos requisitos de seu habitat, permitindo a identificação de locais adequados a sua recuperação, e dos principais aspectos, demográficos, genéticos e ecológicos que afetam a vulnerabilidade a processos de extinção estocástica.  As unidades de conservação, obviamente, desempenham um papel fundamental na proteção de espécies ameaçadas de extinção. Porém, a fragmentação e a perda de habitats, assim como a invasão de espécies exóticas invasoras tém ameaçado também essas áreas,  podendo comprometer a funcionalidade de seus ecossistemas e a manutenção das populaçōes de plantas ameaçadas em longo prazo na natureza. 

O CBC propōe orientar os gestores e técnicos de unidades de conservação nos seguintes aspectos: i) identificação e mapeamento das espécies da flora raras e ameaçadas existentes na área; 2) Sistematização das infomaçōes existentes sobre as espécies; 3) Caracterização dos habitats específicos das populaçōes das espécies; 3) Avaliação das reais ameaças existentes as populaçōes das espécies e a seus habitats, identificando as causas de seu declínio populacional e 4) Proposição de açōes de recuperação populacional para manter a taxa de crescimento da população estável (λ=1).