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A presença de plantas na entrada de cavernas e em seus arredores é de grande relevância para a ecologia dos ecossistemas cavernícolas. O alimento necessário para a manutenção da vida no interior das cavernas é, em parte, suprido pela matéria orgânica produzida no seu entorno. Detritos vegetais disponíveis no solo da parte externa de cavernas são levados pelos cursos d'água para o seu interior, servindo de fonte de alimento para muitos invertebrados. A perda da vegetação nessas áreas pode levar ao aumento de escoamento de água e consequentemente aumentar a erosão, afetando tanto o ambiente da caverna quanto os organismos que habitam esses ecossistemas.
O microambiente cavernícola também parece governar o estabelecimento de algumas espécies raras e ameaçadas da flora. Há evidências de que determinadas espécies de cactáceas crescem e desenvolvem-se na entrada de cavernas, consistindo em um ambiente propício para a germinação de sementes e o estabelecimento de plântulas devido à temperatura e intensidade luminosa mais baixas, e a maior umidade do solo nessas localidades. Assim, alterações no microambiente específico das cavernas podem comprometer a manutenção e a persistência de populações de plantas raras e ameaçadas de extinção em seus ambientes naturais.
Estudos sobre plantas vasculares na entrada de cavernas também podem apoiar a hipótese de que os ecossistemas cavernícolas atuam como ecótonos (Moseley, 2009), onde diferentes comunidades ecológicas interagem, mantendo uma conexão de redes terrestres e subterrâneas. Assim, as plantas vasculares nessas localidades podem funcionar como importantes filtros biológicos, contribuindo para a manutenção dos ecossistemas de cavernas como um todo.
Desde os primeiros registros de plantas em ambientes de cavernas ocorridos no século XVIII, pouco se avançou no conhecimento da flora desses ambientes. Estudos recentes mostram que ainda são raras as informações sobre a diversidade da flora de ecossistemas cavernícolas no mundo. Essas, são focadas especialmente na Europa e na Ásia. No Brasil, são registradas aproximadamente 16.000 mil cavernas, porém somente cerca de 42 têm sido alvo de estudos de caracterização da flora, representando uma enorme lacuna no conhecimento da biodiversidade global desses ecossistemas.
Essa proposta de seminário é um dos produtos do Projeto Flora de Cavernas do Parque Nacional das Sempre-Vivas - PNSV, fruto de uma parceria estabelecida, em 2018, entre o CBC e o CECAV. Esse evento tem como objetivo contribuir para o entendimento de diversos aspectos da diversidade da flora de cavernas e, sobretudo, apontar ações para a realização de estudos futuros a fim de favorecer o aumento do conhecimento dos ecossistemas cavernícolas. Para isso, abordaremos os estudos recentes desenvolvidos na China e no Brasil, especialmente no PNSV. Trataremos, também, acerca de índices de conservação baseados na flora, relacionando-os a prioridades de proteção. Métodos de amostragem da flora adotados em algumas regiões serão apresentados e debatidos, na perspectiva de intensificar-se a identificação de espécies no interior das cavernas. Tipos de distúrbios antrópicos que ameaçam a comunidade vegetal dos ecossistemas de cavernas e suas implicações para sua recuperação serão também temas de discussão nesse evento.
O olhar criativo sobre as questões ambientais tem se intensificado. Nos últimos 12 meses, são várias as mudanças ocorridas no mundo, seja na ciência, na economia e também nas atividades de educação ambiental. Atenta a essa questão, a equipe do CBC, em parceria com o Parque Estadual Serra Negra conseguiu envolver mais de 1.900 pessoas em suas atividades de educação ambiental dentro e fora das escolas.
Uebelmannia buiningii, pertencente à familia Cactaceae, é uma planta rara e ameaçada de extinção do Vale do Jequitinhonha, Itamarandiba-MG pela destruição de seus habitas e coleta ilegal. Por isso vem sendo estudado pelo Centro de Avaliação da Biodiversidade, Pesquisa e Conservacão do Cerrado-CBC desde 2012. E de lá pra cá tem atraído vários parceiros. Desde 2019 conta o apoio do Instituto Internacional de Educação do Brasil, por meio do Fundo de Parceria para Ecossistemas Críticos (CEPF Cerrado) e do Instituto Jurumi para a Conservação da Natureza, além da parceria da Embrapa-Cenargen e da Rede Nacional de Pesquisa e Conservação das Cactáceas-RedCactos.
Durante a Semana Florestal, em setembro de 2019, a coordenadora do projeto, Suelma Ribeiro, e sua equipe, juntamente com funcionários do parque percorreram as escolas estaduais e municipais de Itamarandiba para divulgar a existência dessa espécie para a comunidade local e ao mesmo tempo fomentar o seu engajamento para sua proteção. Naquela oportunidade foram envolvidos alunos desde a Educação Infantil até o Ensino médio. "A educação ambiental é uma grande aliada do projeto de conservação dos ecossistemas do Parque Estadual Serra Negra", diz Vanessa Chaves, funcionária da unidade.
No trabalho com a Primeira Infância destacou-se a criação de uma seção com desenho para colorir a figura do cacto. As atividades com os alunos de nível médio e do Ensino de jovens e adultos-EJA incluíram palestras mostrando a importância de conservação da planta e dos ecossistemas da região. Em todas essas ocasiões participaram, também, professores e funcionários das escolas. " Essas atividades foram fundamentais para o estabelecimento do primeiro contato das crianças com a imagem do cacto", diz Mayco Santos, botânico, educador e integrante da equipe do projeto.
Todo esse engajamento conduziu à realização de uma campanha para se dar um nome popular ao cacto ameaçado, onde os nomes propostos pelas crianças e jovens foram disponibilizados à votação durante oito dias. Os resultados compilados por Vanessa Chaves indicaram um total de 1.948 votos, os quais 723 foram atribuídos ao nome Coroa de Ita. "Houve a participação de pessoas de 17 Estados brasileiros, além de votantes de outros países como a Alemanha, Estados Unidos, França e Inglaterra", diz Vanessa.
O nome Coroa de Ita será utilizado em todos os materiais de divulgação que ainda estão em fase de elaboração e ajudará na integração das crianças e jovens às atividades futuras do projeto. Entre essas está o Programa Coroa de Ita na Escola, a ser elaborado com o objetivo de expandir as atividades de educação ambiental para ajudar a amplificar a mensagem de conservação da biodiversidade da região", diz Suelma.
O CBC/ICMBIO, juntamente com os parceiros do projeto Ecologia e recuperação de Uebelmannia buiningii, lançou uma campanha para dar nome a um cacto ameaçado de extinção da região do Vale do Jequitinhonha, Itamarandiba,MG. Essa iniciativa começou com as atividades de educação ambiental desenvolvidas nas escolas municipais, em 2019, onde os alunos sugeriram nomes populares para o cacto. Essa fase da campanha começa nesta quinta-feira (27) e segue até o dia 8 de setembro.
Para participar, basta acessar o formulário:https://forms.gle/uaex233herRrh45c7 ,votar em uma das opções de nomes descritas no formulário e aguardar o anúncio do nome vencedor que está marcado para o dia 11 de setembro, dia Nacional do Cerrado. Os nomes sugeridos para o cacto são: Ameixa do cerrado, cabecinha de espinho, cacto de um lugar só, coroa de ita, espinho vermelho, flor-de-ita, pequeno espinhoso, princesa de ita, roxinho e roxinho do cerrado.
Após nomeado, o nome popular do cacto será utilizado em campanhas de divulgação do dia do Cerrado, atividades de educação ambiental na região de Itamarandiba, em projetos de conservação do cacto e em todos os documentos que serão produzidos sobre a espécie.