Executados com Colaboração do CBC

PAN Ariranha

A ariranha ou lontra-gigante, Pteronura brasiliensis, é endêmica do continente sul-americano, ocorrendo originalmente desde a Venezuela e Guianas até o norte da Argentina. Pertence à família Mustelidae, da Ordem Carnivora. Sua dieta é principalmente baseada em peixes, porém também se alimenta de pequenos mamíferos, aves, répteis, crustáceos e moluscos, sendo, desta forma, um predador de topo de cadeia trófica e atuando como reguladora no equilíbrio ecossistêmico. No passado, a caça para obtenção de peles caracterizou a principal ameaça a esta espécie, dizimando as populações ao longo de sua área de distribuição. Atualmente, a descaracterização e a destruição de hábitats por atividades de mineração e desmatamentos, especialmente das matas ciliares, apresentam-se como as maiores ameaças. Pesticidas e metais advindos da agricultura e da mineração contaminam os ambientes fluviais, tendo sido observada a presença desses contaminantes em tecidos de peixes, lontras e ariranhas. Interações de ariranhas com a pesca, principalmente na Amazônia, também resultam em abate pelos ribeirinhos, que as consideram pragas e competidoras por consumirem os peixes de valor comercial. A espécie está presente na Lista da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção (IN 003, 27 de abril de 2003), tendo sido classificada como “vulnerável” (“VU”) nas Listas Vermelhas da Fauna Ameaçada da Biodiversitas (2005, 2008).

PAN Ariranha

 

PAN Pequenos cetáceos

As ameaças aos pequenos cetáceos variam geograficamente e em grau de importância, mas geralmente referem-se a capturas acidentais em redes de pesca, capturas intencionais (para o consumo, uso como isca ou retaliação), e outras provenientes da degradação ambiental: a poluição química e sonora, a sobrepesca, o turismo desordenado, o uso da água para irrigação e produção de energia elétrica, entre muitos outros. Desta forma, várias espécies marinhas e fluviais de pequenos cetáceos, no Brasil e no mundo, estão ameaçadas de extinção.

No Cerrado, a única espécie de cetáceo que existe é o boto-vermelho, Inia geoffrensis, ou como é mais conhecido, boto-cor-de-rosa ou golfinho-da-Amazônia. A maior parte do conhecimento biológico que se tem sobre o boto-vermelho provém de estudos realizados na Amazônia (nacional e internacional), o bioma de maior área geográfica dentro da distribuição dessa espécie, que ocorre no Brasil, Bolívia, Colômbia, Guiana, Venezuela, Equador e Peru, nas Bacias Hidrográficas do Orenoco e do Amazonas. Entretanto, a espécie também está distribuída na Região Hidrográfica Tocantins-Araguaia, dentro dos limites do Cerrado brasileiro, bioma em que o conhecimento da sua ocorrência, até há pouco mais de uma década atrás, era desconhecido. Isso pode ser verificado na ausência de informações sobre essa distribuição na maioria dos trabalhos publicados com a espécie.

PAN Pequenos cetáceos